Dor de Cabeça, sinal de alerta para outras doenças?

A dor de cabeça é uma das queixas mais comuns referidas por pessoas em todo mundo. Nos serviços de emergência médica corresponde a segunda queixa mais relatada por pacientes. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaléia (SBC), estima-se que no Brasil 95% da população apresentará uma dor de cabeça ao longo de suas vidas, sendo que é mais comum nas mulheres. Além disso, um total aproximado de 13 milhões de brasileiros apresenta dor de cabeça pelo menos 15 dias por mês, caracterizando o que chamamos de cefaléia crônica diária.

Sabe-se que a dor de cabeça pode ser um sintoma existente em várias doenças, desde uma gripe a até um processo infeccioso mais grave, como é o caso das meningites. Ela também pode ser a primeira e única manifestação de um tumor cerebral.

Quando nos deparamos com essas situações dizemos que se trata de uma “cefaleia secundária” e que se torna necessária a realização de exames complementares para investigação clínica. É essencial termos em mente alguns “sinais de alerta” para a suspeita de uma “cefaleia secundária”; entre eles estão:

– A primeira ou pior dor de cabeça da vida;

– Mudanças de características da dor de cabeça já existente;

– Início após os 50 anos;

– Dor de cabeça que progride em intensidade e frequencia rapidamente, em dias ou semanas;

– Dor de cabeça que ocorre exclusivamente durante tosse, atividade sexual ou esforço físico;

– Dor de cabeça acompanhada de febre, confusão mental, rigidez de nuca, convulsões, paralisias, desequilíbrio, ou qualquer sinal neurológico.

Porém as “cefaleias secundárias” correspondem a aproximadamente 4% de todas as dores de cabeça, sendo que 96% correspondem às “cefaleias primárias”, cujo conceito se traduz como sendo a dor de cabeça o único sintoma apresentado, sem outra doença coexistente.

Nesse contexto relatamos os dois tipos de “cefaleias primárias” mais comuns:

– Enxaqueca: Geralmente são dores de cabeça de moderada à forte intensidade, latejante, na maioria unilateral podendo ter náuseas, vômitos, aversão à luz e ao barulho, com duração de 3 horas a 3 dias.

– Tipo tensional: Geralmente são dores de cabeça mais leves, tipo peso e/ou aperto, que não incapacitam o paciente de exercer suas atividades e duram de minutos até dias.

Outro ponto importante a ser mencionado é o fato de que muitas pessoas se automedicam na tentativa de obter um alívio das dores de cabeça. Alertamos que essa atitude comum pode ser perigosa e precisa ser desencorajada. A automedicação pode desencadear efeitos colaterais indesejáveis seja pelo tipo de substância encontrada naquele medicamento, como a quantidade de medicamento utilizado. Além do fato de que o uso abusivo de determinados medicamentos podem tornar uma dor de cabeça episódica em uma dor de cabeça crônica diária.

Do ponto de vista de tratamento das “cefaleias primárias” orientamos às pessoas que observem em suas rotinas diárias fatores que possam desencadear as dores de cabeça. Entre os mais comuns encontram-se: alguns alimentos, alterações emocionais, alterações do sono; jejum prolongado e outros. O tratamento das cefaleias primárias varia de acordo com o paciente. Sugerimos que seja feita uma avaliação médica detalhada, para diagnóstico do tipo da dor de cabeça e indicação da medicação apropriada.

Dr. José Alexandre B. de Figueiredo Jr.

Médico Neurologista CRM MT 5453/ RQE 2745

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